segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Meu local de trabalho


Um dos projetos desenvolvidos pela rede municipal de educação é o "Entre na Roda", do qual sou a formadora, pois apesar de ser professora efetiva da Escola Municipal de Ensino Fundamental "Raquiel Jane Miranda" trabalho na Coordenadoria Municipal de Educação como Professora Formadora. Esse projeto tem como objetivo o estimulo a leitura e para tal são disponibilizados dois "baús" com livros, um para professores e funcionários outro para os alunos. Esses baús circulam pelas escolas e todos podem fazem empréstimos. É muito interessante!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Tecnologia Assistiva



(Parte do texto retirado do site http://www.assistiva.com.br/#artigos, por Rita Bersch (fisioterapeuta / diretora do CEDI - Centro Especializado em Desenvolvimento Infantil / ATACP 2006 - Assistive Technology Applications Certificate Program pela CSUN California State University - Northridge - EUA / membro da ISAAC - International Society for Augmentative and Alternative Communication) e José Carlos Tonolli (ATACP 1998 - Assistive Technology Applications Certificate Program pela CSUN California State University - Northridge - EUA).



O que é Tecnologia Assistiva?
Conceito
Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover Vida Independente e Inclusão.
É também definida como "uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos indivíduos com deficiências" (Cook e Hussey • Assistive Technologies: Principles and Practices • Mosby – Year Book, Inc., 1995).
O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva, foi criado em 1988 como importante elemento jurídico dentro da legislação norte-americana conhecida como Public Law 100-407 e foi renovado em 1998 como Assistive Technology Act de 1998 (P.L. 105-394, S.2432). Compõe, com outras leis, o ADA - American with Disabilities Act, que regula os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA, além de prover a base legal dos fundos públicos para compra dos recursos que estes necessitam.
A Tecnologia Assistiva se compõe de Recursos e Serviços. Os Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob-medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Os Serviços, são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos.
· RecursosPodem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente.
· Serviços são aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos. Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como:
· Fisioterapia
· Terapia ocupacional
· Fonoaudiologia
· Educação
· Psicologia
· Enfermagem
· Medicina
· Engenharia
· Arquitetura
· Design
· Técnicos de muitas outras especialidades
No Brasil, encontramos também terminologias diferentes que aparecem como sinônimos da Tecnologia Assistiva, tais como “Ajudas Técnicas”, “Tecnologia de Apoio“, “Tecnologia Adaptativa” e “Adaptações”.

Objetivos da Tecnologia Assistiva
Proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

Por que o termo "Tecnologia Assistiva"?
Um texto de Romeu Kazumi Sassaki, escrito em 1996:
ASSISTIVE TECHNOLOGY
Lendo artigos sobre equipamentos, aparelhos, adaptações e dispositivos técnicos para pessoas com deficiências, publicados em inglês, ou vendo vídeos sobre este assunto produzidos em inglês, encontramos cada vez mais freqüentemente o termo assistive technology.
No contexto de uma publicação ou de um vídeo, é fácil entender o que esse termo significa. Seria a tecnologia destinada a dar suporte (mecânico, elétrico, eletrônico, computadorizado etc.) a pessoas com deficiência física, visual, auditiva, mental ou múltipla. Esses suportes, então, podem ser uma cadeira de rodas de todos os tipos, uma prótese, uma órtese, uma série infindável de adaptações, aparelhos e equipamentos nas mais diversas áreas de necessidade pessoal (comunicação, alimentação, mobilidade, transporte, educação, lazer, esporte, trabalho e outras). No CD-ROM intitulado Abledata, já estão catalogados cerca de 19.000 produtos tecnológicos à disposição de pessoas com deficiência e esse número cresce a cada ano.
Mas como traduzir assistive technology para o português? Proponho que esse termo seja traduzido como tecnologia assistiva pelas seguintes razões:
Em primeiro lugar, a palavra assistiva não existe, ainda, nos dicionários da língua portuguesa. Mas também a palavra assistive não existe nos dicionários da língua inglesa. Tanto em português como em inglês, trata-se de uma palavra que vai surgindo aos poucos no universo vocabular técnico e/ou popular. É, pois, um fenômeno rotineiro nas línguas vivas.
Assistiva (que significa alguma coisa "que assiste, ajuda, auxilia") segue a mesma formação das palavras com o sufixo "tiva", já incorporadas ao léxico português. Apresento algumas dessas palavras e seus respectivos vocábulos na língua inglesa (onde eles também já estão incorporados). Foram escolhidas palavras que se iniciam com a letra a, só para servirem como exemplos.
associativa - associative
adotiva - adoptive
adutiva - adductive
afetiva - affective
acusativa - accusative
adjetiva - adjective
aquisitiva - aquisitive
agregativa - aggregative
ativa - active
assertiva - assertive
adaptativa - adaptive
aplicativa - applicative
Nestes tempos em que o movimento de vida independente vem crescendo rapidamente em todas as partes do mundo, o tema tecnologia assistiva insere-se obrigatoriamente nas conversas, nos debates e na literatura. Urge, portanto, que haja uma certa uniformidade na terminologia adotada, por exemplo com referência à confecção/fabricação de ajudas técnicas e à prestação de serviços de intervenção tecnológica junto a pessoas com deficiência.

O sistema DOSVOX


Realizando o curso "Formação Continuada de Professores em Tecnologias de Informática e Comunicação Acessíveis", muitas coisas novas me chamaram a atenção, no entanto a que mais me surpeendeu, me deixou encantada foi a tarefa realizada com o sistema DOSVOX. Foi uma experiência muito rica que me fez entender que realmente não há limitações que não possam ser superadas, que todos temos direito as mesmas oportunidades.


O QUE É O DOSVOX
O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais, adquirindo, assim, um alto nível de independência no estudo e no trabalho. O sistema conversa com o deficiente visual em Português.
Atualmente, o DOSVOX conta com mais de 2000 usuários no Brasil.
Hoje o projeto DOSVOX é distribuído em duas versões, para DOS e para Windows, que são praticamente idênticas (embora a versão DOS seja mais simples de operar). O programa é composto por:
* Sistema operacional que contém os elementos de interface com o usuário;
* Sistema de síntese de fala para língua portuguesa;
* Editor, leitor e impressor/formatador de textos;
* Impressor/formatador para braille;
* Diversos programas de uso geral para o cego, como caderno de telefones, agenda de compromissos, calculadora, preenchedor de cheques, cronômetro, etc.
* Jogos de caráter didático e lúdico;
* Ampliador de telas para pessoas com visão reduzida;
* Programas para ajuda à educação de crianças com deficiência visual;
* Programas sonoros para acesso à Internet, como Correio Eletrônico, Telnet, FTP e acesso a WWW.
* Leitor de telas/janelas para DOS e Windows
O sistema foi desenvolvido no Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob supervisão do analista José Antônio dos Santos Borges, da Divisão de Assistência ao Usuário.
O DOSVOX vem sendo aperfeiçoado a cada nova versão. Da equipe de desenvolvimento participam também programadores deficientes visuais, que fazem uso do sistema, sem necessitar de ajuda de pessoas que enxergam.

domingo, 10 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Acessibilidade


Acessibilidade

Acessibilidade, inclusão social e desenho universal: tudo a ver.

Marta Gil.
"A acessibilidade é um direito, não um privilégio" William Loughborough

Como definir "acessibilidade"?

O dicionário nos diz que "acessibilidade" é um substantivo que denota a qualidade de ser acessível; "acessível", por sua vez, é um adjetivo que indica aquilo a que se pode chegar facilmente; que fica ao alcance. Na área da Deficiência, quando este termo começou a ser utilizado, estava restrito ao ambiente construído e designava a eliminação de barreiras arquitetônicas. Na verdade, a expressão mais freqüentemente usada era "eliminação de barreiras", pois ficava subentendido que a pessoa se referia às barreiras arquitetônicas. A sensação que as pessoas tinham (tanto as pessoas com deficiência quanto familiares, amigos e profissionais) era muito negativa: a cidade era vista como um lugar perigoso, cheio de armadilhas e obstáculos a serem enfrentados, que requeriam disposição e paciência, todo dia. Nada era fácil, nada era possível. A ilustração de Ricardo Ferraz1 traduz brilhantemente a percepção e o sentimento dessa época.

Acessibilidade é um Direito Humano.
Ao lutar pela acessibilidade, estamos defendendo um Direito Humano, que possibilita a equidade de oportunidades e que é condição para que a inclusão social aconteça. Segundo Romeu Sassaki, "O paradigma da inclusão social consiste em tornarmos a sociedade toda um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e condições na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades. Neste sentido, os adeptos e defensores da inclusão, chamados de inclusivistas, estão trabalhando para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns, as suas atitudes, os seus produtos e bens, as suas tecnologias etc. em todos os aspectos: educação, mostra.trabalho, saúde, lazer, mídia, cultura, esporte, transporte etc."2 Para que a inclusão aconteça, a sociedade deve incorporar os requisitos de acessibilidade, pois o primeiro passo é freqüentar o mesmo espaço, com dignidade e tranqüilidade. Como saber mais sobre esses requisitos de acessibilidade? Quem os estabelece?




Desenho Universal.
Os produtos, equipamentos, ambientes e meios de comunicação devem ser concebidos do ponto de vista do Desenho Universal, que recomenda que tudo (mas tudo mesmo) deve poder ser utilizado por todos, o maior tempo possível, sem necessidade de adaptação, beneficiando pessoas de todas as idades e capacidades. Está respondida a pergunta acima: é o Desenho Universal que estabelece os requisitos de acessibilidade. Vale a pena conhecer mais sobre esse conceito3, que tem como pressupostos:
Equiparação nas possibilidades de uso;
Flexibilidade no uso;
Uso simples e intuitivo;
Captação da informação;
Tolerância para o erro;
Dimensão e espaço para uso e interação.
Quando o ambiente se torna acessível, pois adota os critérios e a filosofia do Desenho Universal, ele possibilita a Inclusão e, consequentemente, as pessoas com deficiência podem desfrutar de uma Vida Independente. Vida Independente O conceito de vida independente é outra peça chave no cenário da Acessibilidade. Ele foi desenvolvido por Ed Roberts e mais sete companheiros, todos com deficiência física, nos anos 60, na cidade de Berkeley, Califórnia, EUA, que ficaram conhecidos como o grupo dos "Tetra Rolantes" (por serem tetraplégicos e se locomoverem em cadeira de rodas). Lembrem-se que os Rolling Stones (tradução: Pedras Rolantes) eram sucesso, nessa época, daí a brincadeira com o nome do grupo. Fundaram o primeiro Centro de Vida Independente, a partir de valores e princípios4:
As pessoas com deficiência é que sabem o que precisam para ter melhor qualidade de vida;
Suas necessidades variam, como as de qualquer ser humano e, por isso, só podem ser atendidas por uma variedade de serviços e equipamentos;
A tecnologia assistiva pode significar a diferença entre a dependência e a independência, em determinadas situações;
As pessoas com deficiência devem viver com dignidade, integradas em suas comunidades;
A cidadania não depende do que uma pessoa é capaz de fazer fisicamente, mas sim das decisões que ela puder tomar por si só;
A pessoa com deficiência é que deve ter o controle de sua situação;
A autodeterminação, a auto-ajuda e a ajuda mútua são processos que liberam as pessoas com deficiência para controlar suas vidas;
A integração entre pessoas com diferentes deficiências facilita a integração entre pessoas com e sem deficiência;
Vida Independente é um processo onde cada usuário ajuda a moldar e mantê-la e não um produto para ser consumido indistintamente por diversos tipos de usuários.